Nossas marcas, nossos legados.
Se o tempo fosse uma fada, eu lhe cortaria as asas para que não pudesse voar; seria obrigado a andar devagar, rente ao passeio. Sentiria as pedras e os cascalhos na sola do sapato, a inutilidade crescente que aflige os meus dias.
Se atormentaria pelos pensamentos que me tomam nas madrugadas, que fazem com que meu sono se esconda por entre a escuridão da noite. Conviveria com a culpa que me corroí por dentro; tantas semanas, meses, anos se passaram, e o que fiz da vida? Sou apenas mais um corpo submerso na rotina.
Mas não são apenas os poucos minutos. Mesmo que as horas fossem mais longas e as oportunidades maiores, nada mudaria se eu não soubesse aproveita-los.
Às vezes, muitas das vezes que acordo, eu gostaria de fazer mais do que realmente sei que farei. São nesses mesmos dias que sinto a vida passar diante de mim mesma. Me sinto sendo como a espectadora do meu próprio filme, a coadjuvante quando deveria agir como protagonista.
Quem sabe talvez, o maior legado que alguém possa deixar é ter sido feliz ou mais ainda ter feito alguém feliz.
É como eu e aquela garotinha dos olhos cor de âmbar, naquela tarde esfuziante de um verão. Eu espero que aqueles pequenos segundos tenham feito alguma diferença e que um dia ela se lembre do motivo que a fez sorrir. Então, terá valido mil vezes mais a pena, do que se um bilhão de pessoas se lembrarem de mim por atos tristes que cometi.
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